sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O que existe

Existia um homem em solidão. E uma dor. Depois existiam duas cores e nada de escuridão, nem de desespero. Existia então um caminho, longo porém excitante, perdorrido sem pressa e sem desperdício. Existia um por do sol, um momento único. Uma invenção conhecida, um reencontro esquecido e um medo. E não existia saída. Existia outra dor, uma que não passava. E nada mais passava. E nada existia mais.

terça-feira, 13 de maio de 2008

VAGO, INÚTIL E TORPE


E quando sai o sol de amanhã

Quem já pergunta o que passou?

Quem nos faz além do que seremos?

Quem em vil desespero se alegra?

Em toda espada cria-se o suspense

De quem, frente a frente, não a teme

Porque o conflito é o mestre da verdade

E em todo vazio cria-se

De algo, em vácuo, em oco,

A latência eterna da esperança que nos alimenta

Pobres dos que saceiam-se com o muito

Pois serão vazios impreenchíveis

Pobres dos que enchem-se sem prazer

Pois serão sempre a mentira em partículas mortas

Salvos os que não aceitam mais que suas vontades

Nem menos que suas ambições

E não se negam, nunca

A assumirem, em grande alegria,

suas carnes, medos, ódios e dores.


ESDRAS PAIVA OLIVEIRA

09/05/2008

Com carinho, à todos os hipócritas